O colégio até que tem suas vantagens. Não sou muito chegada à redação, mas um dia minha professora disse para todos os alunos escreverem uma historia sobre o que quiser e eu me empolguei. Confira meu texto "O anjo da guarda".
"Trinta minutos depois começamos a realmente nos preocupar. O carro estava praticamente sem gasolina, não tinha um posto por perto e o celular nada de pegar. Eu e mais 3 amigos andamos pelo menos uns vinte minutos até que como magica um carro velho passou. O carro era de tom vermelho e algumas partes amassadas, mas naquela hora tudo servia.
Fizemos sinal para o carro para e pensamos que o motorista seria um velho barbudo. Nos enganamos. Era um jovem de aproximadamente 17 anos, cabelos loiros que iluminavam o lugar por mais escuro que ele fosse, e olhos que nunca na minha vida vi iguais, de um tom violeta-acinzentado.
— Pode nos dar uma carona? — Falei com um sorriso de orelha a orelha.
— Claro — Falou ele sem tirar nenhum segundo os olhos de mim. A voz dele era de uma rouquidão magnifica.
Fui a primeira a entrar no carro com lugar vip do lado do garoto de olhos violetas. O carro tinha cheiro de peônias, minha flor preferida.
— São peônias — Falou ele olhando para mim — Comprei hoje não sei porque. Meu nome é David. E o seu?
— Miranda.
Analisei o carro pelo canto do olho. Era bem menor por dentro e não tinha só cheiro de peônias, tinha também cheiro de pinheiro. Fiquei com medo de o carro quebrar no meio do caminho de tão velho que aparentava ser.
— O carro é velho, mas até que serve. — Falou ele para mim. Ele lia meus pensamentos? Acho que meu olhar falou tudo que eu pensava.
— Quantos anos você tem? — Calei minha boca depois dessa. Porque eu perguntei isso?
— 17. — Ele falou com um tom de riso como se sobre se que mesmo eu não querendo eu queria saber mais dele. — E você?
— 16.
Trinta minutos se passaram e David não falou mais nada, mas percebi que ele me olhava pelo canto do olho. Porque ele parecia tão familiar?
— Ainda me surpreende você não me reconhecer. A gente já se esbarrou algumas vezes perto da sua casa.
Foi nessa hora que me lembrei. David era entregador de flores. Quando eu tinha 11 anos fiquei com medo de ir na roda gigante por que tinha medo de altura. Ele foi ao meu encontro e disse: "não vou deixar você cair".
— Me desculpe, é que você mudou muito.
— Tudo bem. — Falou ele sorrindo para mim. — Chegamos.
Todos desceram do carro e correram para as pedras na praia que eram muito altas. Todos me chamavam para subir, mas eu não conseguia. David saiu do carro e parou do meu lado. Ele chegou mais perto como se não existisse espaço para dois, pegou minha mão e disse:
— Não se preocupe, não vou deixar você cair."
Estou tão orgulhosa do final. Gostou? Deixe seu comentário. Beijinhos da Ka.
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